Tabela TACO

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Informação Nutricional
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A Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos, conhecida como Tabela TACO, é uma ferramenta fundamental para quem busca compreender a composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Ela não é exatamente uma tabela nutricional que fornece informações detalhadas sobre os valores nutricionais de produtos específicos comercializados, mas sim uma base de dados que reúne informações sobre os macronutrientes e micronutrientes, por exemplo, presentes em uma ampla variedade de alimentos consumidos no país.

A TACO se torna um guia prático para escolhas alimentares mais conscientes, promovendo saúde e qualidade de vida para todos. Além de seu viés social, sendo fonte fundamental para políticas de saúde pública, ela adota uma abordagem inclusiva, contemplando uma maior diversidade de alimentos regionais e atendendo a diferentes classes sociais. Nesse sentido, a TACO é importante por refletir melhor as variadas realidades alimentares do Brasil, garantindo que pessoas de diferentes regiões e condições financeiras possam utilizar as informações para cuidar da saúde alimentar.

Conforme a tabela disponível em arquivo digital, “o conhecimento da composição dos alimentos consumidos no Brasil é fundamental para se alcançar a segurança alimentar e nutricional. As informações de uma tabela de composição de alimentos são pilares básicos para a educação nutricional, o controle da qualidade dos alimentos e a avaliação da ingestão de nutrientes de indivíduos ou populações”.

Neste artigo, vamos explorar como a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos foi idealizada, quais são seus benefícios e como aplicá-la de forma estratégica na rotina.

Como surgiu a Tabela TACO

Projeto elaborado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Universidade Estadual de Campinas (NEPA/Unicamp), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos surgiu para suprir a necessidade de informações confiáveis sobre a composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil.

Conforme descrito no documento da tabela, o projeto Taco “tem como objetivo gerar dados sobre a composição dos principais alimentos consumidos no Brasil, baseado em um plano de amostragem que garanta valores representativos, com análises realizadas por laboratórios com capacidade analítica comprovada através de estudos interlaboratoriais, a fim de assegurar a confiabilidade dos resultados”.

Lançado em 2004, o projeto foi idealizado para ser desenvolvido em fases, levando em conta as necessidades metodológicas e a ampla variedade de alimentos nacionais. A primeira versão da tabela contou com 198 alimentos; a segunda, com 495 alimentos; a terceira e a quarta somaram 297 alimentos. Já a quinta fase, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), analisou 102 alimentos.

Como ela é organizada

Essa tabela é organizada em diferentes seções para fornecer informações detalhadas sobre a composição nutricional dos alimentos. Ela está dividida em três tabelas principais:

  • Tabela 1. Composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível: Centesimal, minerais, vitaminas e colesterol: Inclui informações sobre os macronutrientes e micronutrientes;
  • Tabela 2: Composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível: Ácidos graxos: Você encontra informações sobre os diferentes tipos de gorduras, como saturadas, monoinsaturadas, poli-insaturadas, entre outras;
  • Tabela 3: Composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível: Aminoácidos: Apresenta informações sobre os aminoácidos presentes nos alimentos, que são os blocos construtores das proteínas.

Além disso, no final da tabela, há uma descrição do procedimento utilizado nos testes realizados para analisar a composição dos alimentos.

Da coleta à análise dos alimentos

A tabela mostra a quantidade de nutrientes presentes nos alimentos que consumimos, como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Para a construção desse material, os pesquisadores seguiram um processo rigoroso e organizado, dividido em duas etapas.

Primeiro, os alimentos são coletados de diferentes regiões do Brasil e levados para laboratórios especializados. Essas escolhas não são aleatórias: utiliza-se um plano de amostragem, que consiste em selecionar um conjunto de alimentos que reflita com precisão os diferentes tipos e variações de alimentos consumidos em todo o país, como feijão, arroz, frutas típicas e pratos tradicionais. Por exemplo, se a pesquisa estiver analisando o feijão, a amostra representativa pode incluir os diversos tipos de feijão consumidos em cada região, garantindo que os dados reflitam a realidade do consumo em todo o Brasil.

Nos laboratórios especializados, esses alimentos são analisados apenas por equipes altamente qualificadas, que já demonstraram capacidade de realizar essas análises com precisão. Nessa fase, os alimentos passam por testes científicos baseados em metodologias analíticas físico-químicas, que medem aspectos como a quantidade de proteína, açúcar, gordura e outros nutrientes. Após essas análises, as metodologias são validadas, o que significa que seguem padrões internacionais, assegurando a confiabilidade e precisão dos resultados obtidos.

Tipos de alimentos listados na tabela

Os alimentos são classificados em diferentes grupos, o que facilita a compreensão da composição nutricional dos alimentos testados. Os principais tipos de alimentos listados são:

Alimentos in natura ou frescos

Exemplos incluem frutas, legumes, verduras, carnes frescas, ovos, leite, grãos e sementes, como maçã, alface, feijão, arroz integral, frango e carne bovina, entre outros.

Alimentos processados

Incluem itens como pães, queijos, conservas (como azeitona, milho e ervilhas enlatados), molhos prontos e embutidos, como salsichas e presunto.

Alimentos regionais

São alimentos típicos de diferentes regiões do Brasil e podem ser consumidos in natura, preparados ou processados. Exemplos incluem tapioca (Nordeste), feijão tropeiro (Minas Gerais), arroz com pequi (Centro-Oeste), baião de dois (Nordeste) e guaraná (Amazônia).

Alimentos preparados

É possível citar dobradinha, strogonoff, feijoada, cuscuz, bife a cavalo, Tacacá etc.

Essas categorias asseguram que a tabela reflita com precisão a abundância de alimentos consumidos no país, um de seus principais objetivos, considerando tanto a culinária local e regional quanto os alimentos processados e in natura.

Benefícios da tabela

Os benefícios são dos mais diversos. Embora seu foco principal seja científico e nutricional, essa tabela também possui, de certa forma, um impacto social, pois pode contribuir para a promoção da saúde pública. Entre as vantagens, estão:

  • Personalização da dieta: Pode auxiliar na escolha de alimentos para compor uma dieta equilibrada;
  • Informações nutricionais confiáveis: Elaborada com base em análises laboratoriais de alimentos consumidos no Brasil, a tabela é periodicamente atualizada e segue métodos científicos rigorosos para garantir que as informações fornecidas sejam precisas e representativas;
  • Guia nutricional: Ela é utilizada para montar dietas, realizar cálculos nutricionais e contribuir para o planejamento alimentar. Nutricionistas e outros profissionais de saúde podem usá-la para orientar seus pacientes em relação a escolhas alimentares mais saudáveis;
  • Controle de macronutrientes e micronutrientes: Excelente ferramenta para quem busca controlar aspectos específicos da alimentação, como a ingestão de carboidratos, fibras e vitaminas, por exemplo. É possível monitorar a ingestão de macronutrientes, como proteínas, carboidratos e gorduras, e micronutrientes, como vitaminas e minerais, fundamentais para o bom funcionamento do organismo;
  • Análise de alimentos regionais: Considerando a diversidade alimentar do Brasil, que é muita, ela é perfeita para quem deseja entender a composição nutricional de alimentos típicos de cada região ou tradicionais, como frutas, legumes, grãos locais, raízes e tubérculos;
  • Promoção da saúde pública: Pode ser utilizada por profissionais de saúde pública para criar planos alimentares estratégicos e estabelecer metas nutricionais. Por meio dela, autoridades de saúde pública podem elaborar diretrizes alimentares que promovam uma dieta mais saudável para a população;
  • Rotulagem nutricional: Pode ser utilizada por comerciantes para criar a tabela nutricional de seus produtos e estampá-la na embalagem;
  • Promoção da comercialização: Pode ser empregada para promover a comercialização nacional e internacional de alimentos;
  • Desenvolvimento de novos produtos: Pode ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios, atendendo aos diferentes gostos regionais, promovendo a culinária local e incentivando o uso de ingredientes tradicionais;
  • Educação nutricional: É uma excelente ferramenta educacional que promove o conhecimento nutricional entre os indivíduos. Ela facilita o aprendizado sobre os nutrientes presentes nos alimentos e orienta como fazer escolhas alimentares mais equilibradas e saudáveis;
  • Utilização em pesquisas e estudos: Referência importante para a realização de pesquisas científicas e estudos populacionais relacionados à alimentação e nutrição. Oferece dados que podem ser utilizados para análises de consumo alimentar em ampla escala, facilitando a elaboração de políticas públicas e programas de saúde.

Componentes e nutrientes presentes na TACO

Ela ajuda a entender o que estamos consumindo e como isso pode afetar nossa saúde. Por isso, entre a descrição dos componentes e nutrientes, ela apresenta os seguintes pontos:

  • Ácidos graxos saturados, monoinsaturados, polinsaturados e trans;
  • Aminoácidos e carotenoides;
  • Carboidratos;
  • Colesterol;
  • Cinzas;
  • Energia;
  • Fibra alimentar;
  • Lipídios;
  • Minerais: Cálcio, ferro, magnésio, manganês, fósforo, sódio, potássio, cobre e zinco;
  • Proteína;
  • Teor alcoólico;
  • Umidade;
  • Vitaminas: Retinol, niacina, vitamina B1, ou tiamina, vitamina B2, ou riboflavina, vitamina B6, ou piridoxina, e vitamina C total.

Uso da tabela: Como utilizá-la no dia a dia

Além de ser uma ferramenta técnica, a TACO é também um recurso prático que pode transformar nossos hábitos alimentares, tornando-os mais saudáveis e nutritivos. Quando consultada corretamente, ela se torna uma solução eficaz para garantir uma alimentação personalizada e balanceada.

A consulta à tabela é simples e prática. Cada alimento listado apresenta informações sobre: energia (kcal), proteínas (g), lipídios (g), carboidratos (g), fibras alimentares (g), além de vitaminas e minerais, como cálcio, ferro, sódio, entre outros. Após entender essas categorias, basta procurar o alimento desejado, que está organizado por grupos como cereais, carnes, frutas, etc.

Vale ressaltar que ela apresenta as referências nutricionais com base em porções de 100 gramas. Se você deseja saber o valor nutricional de cada ingrediente em uma receita, é necessário outra regra de três a partir do valor da tabela. O mesmo cálculo deve ser feito para cada ingrediente da receita. Em seguida, basta somar as quantidades de carboidrato de cada ingrediente para calcular o total de carboidratos consumidos.

Para exemplificar, vamos analisar o café da manhã do João e descobrir quantos carboidratos ele consome. O café da manhã do garoto consiste em 1 pão francês, 1 fatia de queijo mussarela e leite (feito com pó integral).

Para cada 100 gramas de pão francês, há 58,6 gramas de carboidrato. Logo, em 50 gramas de pão, há 29,3 gramas de carboidrato. Para cada 100 gramas de queijo mussarela, há 3,0 gramas de carboidrato. Logo, em 30 gramas de queijo, há 0,9 gramas de carboidrato. Para 100 gramas de leite em pó integral, há 39,2 gramas de carboidrato. Logo, em 35 gramas de leite, há 13,72 gramas de carboidrato. A soma de tudo resulta em 43,92 gramas de carboidrato consumido por João.

Ela pode ser aplicada em sua rotina para diversos fins, entre os quais:

  • Monitorar dietas;
  • Plano de reeducação alimentar;
  • Controle de calorias;
  • Planejamento de refeições balanceadas;
  • Gerenciar o consumo de determinados componentes para que não afetem a saúde.

Uso da tabela nutricional por especialistas

Apesar de não ser bem uma tabela nutricional, esse material é um grande aliada no trabalho de nutricionistas e médicos especializados em nutrição, que utilizam as suas informações para planejar dietas balanceadas, especialmente para pessoas com necessidades alimentares específicas e restritivas, como aquelas com condições de saúde especiais, atletas ou indivíduos, entre outros casos.

Isso se deve ao fato de que essa tabela fornece informações detalhadas sobre substâncias nutricionais, como umidade, energia, lipídeos, proteínas, carboidratos, fibras alimentares, cinzas, vitaminas, minerais, ácidos graxos, aminoácidos, carotenóides e até o teor alcoólico.

Conclusão

A Tabela TACO é um banco de dados alimentar. Ela contém informações organizadas e sistematizadas sobre a composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil, trazendo diversos benefícios para o setor alimentício, uma vez que promove a saúde, apoia os comerciantes locais, pode contribuir para a criação de novos produtos e ainda reflete a diversidade de alimentos presentes nos pratos dos brasileiros de cada canto do país.

Além de sua função nutricional, esse material também representa uma demonstração de compromisso com a saúde pública, pois pode ser utilizado por profissionais da área,como nutricionistas e médicos nutrólogos, para criar planos alimentares estratégicos e estabelecer objetivos nutricionais adaptados, considerando as necessidades de cada pessoa.

Além disso, a TACO mantém sua essência, que é a contribuição fundamental para promover uma alimentação mais consciente e nutritiva entre os consumidores. Por isso, nesse artigo, abordamos as diferentes vertentes desse riquíssimo material.

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